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Foto do escritorArthur Andrade Tree

SOMOS TODOS VICIADOS

Atualizado: 29 de jun.


O vício começa na família, onde se inicia o tráfico.


O debate sobre a descriminalização do uso da maconha é parte do festival de hipocrisia que assola o país. Maconha é droga, maconha vicia. Até parece que no congresso nacional e no STF estão todos limpos. Não estão. Nem todos fumam, nem todos cheiram, é claro. Mas são todos viciados em drogas.


O vício começa na família, onde se inicia o tráfico. Muito antes do tráfico profissional, papais, mamães, vovós e titias viciam suas crianças com docinhos, leitinhos, papinhas, biscoitinhos, sorvetinhos repletos de químicas que causam dependência mas trazem paz e conforto ao lar.


Crianças viciadas não atormentam, bastam algumas droguinhas para se aquietarem. Logo o efeito passa e precisam de mais. Depois viram adolescentes viciados em açucar e ultraprocessados com problemas respiratórios, alergias, insônia, ansiedades que irão descarregar em outras drogas e na dependência dos celulares. Vício atrai vício e a indústria solta rojões.


É chocante, agressivo? Chocante é o lôdo alimentar, chocante é a fome e a única alternativa, a comida lixo, outra droga. A pobreza se alimenta do lixo da salsicha como proteina barata por falta de opção. Lembrando que salsicha, amianto e fumaça de diesel estão na mesma lista de venenos da OMS (Organizção Mundual de Saúde). Rico não come salsicha no almoço de todo dia. Logo um dos primeiros estímulos ao tráfico de drogas é a desigualdade social, a pobreza. O resto é a tradição.


PÃO HÍBRIDO


O tradicional pão do café da manhã é sagrado em muitos lares desde o tempo dos avós. No passado era feito em forno caseiro com trigo de verdade, um hábito saudável, digamos. Hoje o pão é de farinha híbrida ultraprocessada, doente, com insetos triturados e substancias químicas para turbinar a dependência.

Esse inocente vício está entre os responsáveis por moléstias silenciosas e letais, as que não fazem alardes, as não transmissíveis.


Doenças não transmissíveis causam o equivalente a uma pandemia de Covid por ano no Brasil - 700 mil mortes. São as provocadas por consumo de tabaco, álcool e os ultraprocessados.

Tabaco todo mundo sabe, cigarro, charuto, fumante ativo e passivo. Álcool tambem todo mundo sabe - cachaça, cerveja, vinho, vodka, campari, uisque, sakê etc.

Ultraprocessados nem todos sabem, e a lista é imensa.

Miojo, salgadinhos, biscoitos, biscoitos recheados, pizza, macarrao, pão comum, pao integral ensacado, hamburguer, tapioca refinada, aveia refinada, açucar, bebidas açucaradas, sucos industriais, iogurtes industriais, um monte de antialimentos que ocupam 90% dos mercados.


Se alguém tem dúvida do que seja um ultraprocessado, há uma dica simples para identificá-lo: a propaganda. Comidas e bebidas que precisam de propaganda pra vender são ultraprocessadas. Não falha. Comida boa não precisa de cartazes coloridos, anuncios na TV nem chamadas nas redes digitais. Comida e bebida lixo precisam enganar pelos olhos, ouvidos e finalmente pelo olfato. A propaganda precisa associar as imagens a emoções humanas de afeto, aventuras, beleza, força, saúde. Esses venenos precisam inundar as mídias.


O CINEMA E O ÁLCOOL


É raro, quase inexistente um filme de Hollywood sem a presença do álcool. O personagem comum, o herói atormentado bebe uisque barato em vez de água quando chega em seu muquifo. Aliás, água parece proibida em filmes, nem crianças bebem - tomam suco industrial, refrigerantes, chocolates. O herói chefe de família bebe cerveja long neck no gargalo. A primeira ação do magistrado envolvido em tramas diabólicas é encher o copo de uisque, atitude semelhante à do empresário e do chefe do tráfico. O álcool une esses personagens de poder. Ou seja, álcool é poder.


As outras drogas são demonizadas. A cocaína é usada pelos eufóricos, proscritos, desesperados, os ricos que ostentam e os revoltados do submundo. A heroina é utilizada pelos perdidos, abandonados, raptados e suicidas. O crack é da ralé. O cigarro comum está de volta dessa vez com mulheres. Funciona como simbolo de independência, ousadia e potencia. Mulheres nas forças mercenárias, atiradoras de elite a serviço de agências sombrias fumam enquanto dirigem o jipe de guerra. Para onde se olha, TV, cinema, internet, jogos e até o esporte existe algum estímulo para o consumo de drogas.


Em meio a esse mundo de atrações autorizadas e profissionais, governos investem fortunas no seu combate. É mais uma farsa que alimenta o sistema. O capitalismo cria o monstro e inventa outro para combater o que criou. E dessa forma, ele incha o corpo doente e quando apodrece, não dá mais lucro, descarta. Em seguida, arranja outro monstro em um ciclo interminável. Por exemplo, remédios da alopatia podem matar até 10 milhões de pessoas por ano até 2050. São drogas usadas indiscriminadamente - antibióticos, antivirais, antifúngicos e antiprotozoários.


Jovens ainda usam as “balas”, mais baratas que cocaina e disponíveis nas esquinas das baladas. E a nova febre, os cigarros eletrônicos, mais letais que os comuns.


Essas drogas não são perseguidas por governos, nem seus usuários penalizados. Além disso, a água dos sistemas de abastecimento das cidades é cheia de drogas para reduzir microorganismos nocivos. As pessoas então consomem água com cloro, fluor, sulfato de alumínio e cloreto férrico. Se livram dos microorganismos mas se inundam de metais pesados.

Drogas e mais drogas. Onde está a saída? Fugir pras montanhas longe das cidades ou sucumbir?

Aceitamos sugestões.

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