O general Mário Fernandes, o primeiro oficial de alta patente preso no Brasil, após descoberto envolvimento em plano para matar o presidente Lula, o vice Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes, deve ser aposentado com todas as regalias, salários e benefícios, extensivos a filhas e esposa. O triplo assassinato estava previsto para 15 de dezembro de 2022. Um tenente coronel e outros dois oficiais presos pelos mesmos motivos, serão promovidos e aposentados com todas as regalias, conforme o estatuto das Forças Armadas, se considerados culpados.
Dois desses oficiais estavam no grupo de segurança da cúpula do G-20, próximos a Lula, ao vice e chefes de estado de oitenta países. A reunião dos presidentes e representantes de governos termina amanhã, dia 20. Os ratos dentro de casa, jantando na cozinha e passeando pela sala, são chamados de Kids Pretos. O grupo de elite das FAs, é altamente treinado para ações subterrâneas de terrorismo, como nos filmes de atentados políticos.
O plano previa uso de material químico para envenenar Lula, Alckmin e Moraes em evento público. Caso não funcionasse, estava previsto uso de explosivos, como última opção. A proposta preferencial, aprovada pelo grupo com chancela do chefe Jair Bolsonaro, seria matar o trio silenciosamente, por ataque cardíaco sequencial. Essa parte da elite das Forças Armadas chegou a discutir o assassinato triplo em conversas pelo WhatsApp, tão seguros que estavam do sucesso da empreitada.
O plano foi descoberto graças a rede social, a arquivos recuperados de notebooks, a incompetência do grupo e eficiência da Polícia Federal. O mundo digital não combina com planos secretos. Em 2022, a morte dos três seria antes da diplomação de Lula, prevista para 19 de dezembro. A equipe do novo governo, sentindo cheiro de pólvora, antecipou a diplomação para o dia 12. A mudança de surpresa confundiu o grupo que, atrapalhado, atiçou os Kids para incendiar ônibus e causar tumultos diante do hotel onde estavam os novos eleitos. O investimento financeiro dos militares estava em 100 mil reais de equipamentos, estadias e mobilidades dos terroristas, pagos pelo contribuinte. O plano deu errado.
Há uma semana, um homem tentou explodir o STF e morreu provavelmente por erro de cálculo. Uma das bombas detonou seu cérebro o que pareceu suicídio, mas não está descartada a ação preventiva de seguranças que o teriam baleado. Dias depois, sua casa na cidade de Rio Sul, interior de Santa Catarina, foi incendiada, possivelmente para eliminar provas. O incêndio teria sido causado pela ex-mulher do terrorista, o que parece improvável – seria a velha e manjada “tentativa de suicídio”.
A Polícia Civil de SC foi rápida em defender que o incêndio não tinha relação com as explosões em Brasília. A mulher em estado grave no hospital, se não for morta, talvez revele o que de fato ocorreu: uma ação de queima de arquivo e limpeza de provas por forças obscuras ligadas a militares e à extrema-direita.
O modus operandi dos golpistas é pouco criativo e velho conhecido.
O ex-presidente João Goulart, Jango, exilado na Argentina pela ditadura, foi morto envenenado em dezembro de 1976, aos 57 anos. Numa operação típica de cinema, alguém próximo substituiu os remédios por venenos. Jango foi deposto pela ditadura de 64 sob denúncia de “comunismo”. Oficialmente morreu de ataque cardíaco.
O jornalista Carlos Lacerda, uma das vozes dos movimentos conservadores nos anos 50 e 60 e oposição ao ditador Getúlio Vargas, sofreu atentado a bala e sobreviveu. Depois de apoiar o golpe de 1964, Lacerda compreendeu a enrascada e passou a trabalhar contra os militares. Foi preso pelo regime, fez greve de fome, foi solto e morto envenenado. Oficialmente de ataque cardíaco.
Construtor de Brasília, o então ex-presidente Juscelino Kubitschek foi morto em um acidente de carro na Via Dutra, nunca realmente esclarecido. Após deixar a presidência, foi eleito senador, em 1961. Três anos depois, 1964, teve os direitos políticos cassados pelo regime militar. Sua morte, em 1976, teve matéria contundente no Jornal Nacional, da Globo, o que não agradou a censura do regime. A emissora foi obrigada a não tocar mais no assunto JK.
Militares golpistas se autodenunciam pela arrogância e incompetência. O que acontece agora é, de novo, um festival de arrogância, incompetência e certeza de impunidade. Eles não ligam a mínima para a arrogância e a incompetência, mas estão certos da impunidade. Serão no final premiados com aposentadorias e promoções. Por isso, odeiam tanto a Venezuela. Lá perderiam tudo, seriam jogados na solitária ou fuzilad8s como traidores.
E 2025 nem começou!
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