Tem um plano armado para adoecer o máximo de pessoas e assim eliminar metade da população do planeta. É um plano traçado pelos poderosos. Precisamos parar isso, mudar praticas, parar por exemplo de consumir óleos vegetais tipo soja, girassol, canola, e adotar as gorduras de origem animal.
Resumidamente, ouvi tudo isso em uma live sobre um movimento chamado Neantropia, o Novo Homem. O “novo” é baseado na alimentação farta de gordura animal.
A Neantropia busca o retorno ao passado quando comíamos bichos, andavamos descalços e vivíamos integrados à natureza. O seu divulgador, o influencer Gabriel Egg diz estar “acordando” e fazendo o bem pra muita gente. Nós podemos fazer a revolução, diz ele. E então ataca a politica, os políticos e arremata estarmos sob censura, “basta olhar a China”.
Posso admitir uma coisa: o cerco do pensamento da extrema-direita é eficiente e está por todos os lados. Agora chegou na alimentação. Gente é pra comer bicho que se movimenta e não mato parado, diz o divulgador. A gordura boa é animal. “Eu mesmo como manteiga pura” assim feito purê. Dessa forma, teremos tanta saúde que não precisaremos no futuro nem de médicos nem de nutricionistas, diz enfático.
WESTON PRICE
Cita o dentista Weston Price como precursor dessa ideia. Price escreveu sobre nutrição e degeneraçao, uma comparação entre as dietas primitivas e modernas com respectivos efeitos, ainda sem tradução no Brasil.
Também nutricionista, o canadense Price viveu 78 anos (1870 a 1948). Seu grande feito foi pesquisar a vida de povos isolados e constatar que tinham mais saúde que nós civilizados. Isso porque a alimentação era à base de gordura animal. Daí concluir ser este o segredo da longevidade saudável.
Price defendia a mudança na dieta como fator de redução da cárie e o uso radical do fluor para fortalecer os dentes. O fluor é hoje proibido na Europa como causador de danos cerebrais. E a carne.. ora a carne nem de longe é a mesma obtida nas caçadas dos povos ancestrais pesquisados por ele durante uma década.
Em tese, as ideias de Weston Price fariam sentido num mundo sem contaminações, sem agrotóxicos, corticoides, antibioticos e vacinas nos rebanhos. A carne que nossos avós consumiam era tão distinta quanto o trigo de hoje, um pó híbrido cancerígeno. Após a Segunda Guerra a civilização ocidental entrou no processo acelerado de decadencia, mas Price já havia partido.
As comidas passaram a nascer em máquinas da indústria. Surgiram as margarinas, o plástico cremoso. Os oleos polinsaturados entupiram e entopem arterias, produzem cardiopatias e doenças autoimunes. O açucar se espalhou como peste, o trigo virou um ente desconhecido, um híbrido e o leite uma mistura de corticoides, antibioticos e formol.
A gordura animal defendida pela Neantropia está tão contaminada quanto a carne do gado, do porco e do frango. O peixe de cativeiro é alimentado com rações e recebe medicamentos na agua. Resta o peixe dos mares e rios, por sorte livre de mercurio e microplásticos. Portanto consumir um peixe selvagem puro é como tirar na mega sena.
NOVO HOMEM VELHO
O Novo Homem da Neantropia não gosta de política, nem de economia, nem da ciência, foda-se! É contra a regulação das redes sociais que chama de censura e insiste que há um plano diabolico do poder, inclui presidentes, para destruir a civilização.
Então como um animado influencer, ele convoca os corajosos a resistir, mudar o modo de vida, tomar mais sol, chuva, banho de lua e adotar a gordura animal como saúde. Há sim uma saida que depende de cada um, conclama.
Acreditem, tem gente que se encanta com esse discurso aparentemente bem intecionado mas que se revela reacionário e até cruel. Para ter gordura animal é preciso sacrificar animais não para uma centena numa tribo isolada mas para oito bilhões num mundo em decadência.
A Neantropia pretende curar a doença do mundo com as mesmas ferramentas doentes da civilização. Nem o boi sob risco de virar gordura vai dormir com essa conversa.