Pessoas brancas ocidentais nao são capazes de reconhecer as diferenças físicas de pessoas negras e asiaticas - são todas parecidas ou mesmo iguais. Um caminhão de chineses é o mesmo que um caminhão de japoneses. Da mesma forma um caminhão de sudaneses é o mesmo que outro cheio de ugandenses, etíopes, camaroneses…
Essa incapacidade de identificação está nas memorias ancestrais, remonta milhares de anos de evolução e se cristalizou no DNA como indica estudo de Henri Tajfel, psicologo social polonês (1919-1982).
Mas não termina ai.
A mesma incapacidade de distinção das diferenças fisionomicas ocorre tambem com negros e asiáticos em relação aos brancos. Para eles os brancos são todos iguais. A questão é tão complicada que pode interferir nos resultados de processos judiciais.
Uma testemunha branca pode facilmente confundir-se ao identificar um oriental ou um negro suspeito de algum delito. Uma linha de chineses, japoneses, coreanos, vietnamitas, mongois não tem muita diferença fisionomica para uma testemunha ocidental. O mesmo ocorre com negros e orientais em relação a brancos suspeitos.
A capacidade de facil reconhecimento das diferenças fisionomicas se dá nas mesmas etnias. Africanos distinguem africanos, asiáticos distinguem asiaticos, brancos distinguem outros brancos. Isso tem relação com o reconhecimento dos integrantes do mesmo grupo de caçadores-coletores, da mesma tribo ancestral. Os outros são desconhecidos, estranhos e podem ser inimigos.
IDENTIDADE SOCIAL
Tajfel lutou contra o nazismo e acabou prisioneiro num campo alemão quando desenvolveu interesse pela identidade social - mais tarde como psicologo produziu a “teoria da identidade social”. Em resumo, a participacao em grupos etnicos, religiosos, politicos, regionais, nacionais, ocupacionais etc ( evangelicos, muçulmanos, judeus, corintianos, gaúchos, fascistas, progressistas ) estimula a sensação de pertencimento e autoestima, definindo quais pessoas estão dentro e quais estão fora do grupo.
Assim que funciona.
Depois que dividimos as pessoas em grupos, automaticamente tendemos a exagerar as diferenças entre “nós e eles”. Assim é fácil ver as pessoas do nosso grupo como indivíduos distintos, especiais e as do exogrupo como menores, ridículos - “são todos iguais”.
É um erro perceptivo comum que nos leva a considerar o nosso grupo melhor e mais merecedor e o outro pior e desprezivel. Se isso está mesmo no DNA, a chance de avançarmos na comunhão entre todos os povos é nenhuma. N e n h u m a.
Aceita que dói menos.
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